2ª Mostra Fulldome chega ao MIS BH com filmes imersivos de artistas do Brasil e do mundo

A Prefeitura de BeloHorizonte, o Planetário Sankofa e o Viaduto das Artes, apresentam:

No dia 16 de maio de 2025, o Museu da Imagem e do Som de Belo Horizonte (MIS BH) se transformou em uma verdadeira cúpula de experimentação sensorial com a 2ª Mostra Fulldome do Planetário Sankofa. A atividade, que acontece integrou a programação da 23ª Semana Nacional de Museus e celebra os 100 anos dos planetários modernos, com sessões gratuitas de cinema imersivo em 360°. Os ingressos foram distribuídos na portaria, e o público compareceu em peso, com sessões lotadas e muitos elogios ao final de cada bloco de exibições.

Com o tema “Entre Territórios Visíveis e Imaginados”, a mostra propôs um mergulho em linguagens audiovisuais que atravessam ficção científica, memória, espiritualidade e política, aproximando a arte imersiva das questões urgentes do presente. A proposta curatorial se ancorou no objetivo do Planetário Sankofa: fazer do domo não apenas uma janela para o universo, mas um espaço para refletir o mundo que habitamos, suas histórias, seus conflitos e seus futuros possíveis.

A escolha do período para a realização da mostra não foi aleatória. Em 2025, comemorou-se o centenário do primeiro planetário moderno, inaugurado na Alemanha em 1925. A data mobilizou instituições do mundo inteiro em celebrações sobre o papel transformador desses espaços na educação científica e cultural. Ao mesmo tempo, a Semana Nacional de Museus, promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), convidou as instituições a pensarem “O futuro dos museus em comunidades em rápida transformação”, um tema que dialoga profundamente com a missão itinerante do Sankofa de democratizar o acesso ao conhecimento.

A programação da mostra foi cuidadosamente dividida em três movimentos curatoriais. O primeiro deles, Ficções do Futuro, é inaugurado com KIRA, uma superprodução alemã criada especialmente para os 100 anos dos planetários. Com narrativa cinematográfica, atuações e efeitos em Unreal Engine 5, o filme projeta um futuro distópico onde a água é controlada por corporações, levantando questões sobre tecnologia, resistência e os rumos do planeta.

No segundo bloco, Memória e Resistência, os filmes de Anibal Alexandre, Débora Passos e Victor Valentim, artistas e pesquisadores brasileiros, criam pontes entre som, imagem e ancestralidade. Em 3Lôas, Naná Vasconcelos é homenageado com uma obra que mistura percussão afro-brasileira e estética fulldome. Ginófitas, com Débora Passos e Aníbal Diniz, transforma aquarelas em uma celebração dos corpos vegetais e femininos. Já Demarcar, Resistir! denuncia a violação dos direitos indígenas, com grafismos tradicionais e paisagens sonoras da floresta.

Por fim, Poéticas do Invisível reuniu obras que exploram o sensível, o tempo e o espiritual. A norte-americana Diana Reichenbach apresenta cinco curtas que misturam animação stop-motion, luz, longa exposição e paisagens abstratas. Seus filmes, exibidos em festivais como Burning Man e Fulldome UK, são uma aula de sensibilidade visual. O encerramento fica por conta do holandês Maarten Isaäk de Heer com Dancing with Dead Animals, que reanima em 3D animais mortos encontrados em seu entorno, numa dança entre o memorial e o onírico.

A 2ª Mostra Fulldome foi mais uma etapa da itinerância do Planetário Sankofa, projeto cultural de Sabará (MG) com um domo inflável de 6 metros de diâmetro que leva ciência, arte e cultura a diferentes regiões mineiras. A iniciativa é viabilizada pelo Edital da Lei Paulo Gustavo – Apoio à Exibição: Cinema Itinerante, e reafirma o compromisso do Sankofa com a democratização do conhecimento e a valorização das expressões artísticas

Imagem do domo inflável do Planetário Sankofa. Nele se vê uma lua, que parece um pão de queijo em formato de coração. Ao fundo um céu azul com poucas nuvens.

A mostra foi registrada em vídeo e fotografias. Confira abaixo alguns desses registros: